quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Réquiem de um matador


Quando criança meu pai me fez jurar
as armas nunca largar
me disse: no meio em que vivemos
andar desarmado não podemos.

Nesse mundo só existem dois caminhos a seguir:
o caminho de Deus ou dos homens
cabe a você escolher pra onde ir
mas se não quiser ser crucificado
é melhor andar armado.

O caminho dos homens trilhei
e perdi a conta de quantos homens matei
e a cada vida que eu tirava
uma parte de mim se desintegrava

Um dias nas ruas achei um panfleto no chão
que dizia: se você busca por redenção
vá a esse endereço e lá encontrara sua salvação.

Quando lá cheguei
uma igreja abandonada encontrei
do lado de fora uma mulher e seu filho
pediam dinheiro pra poderem comer

E sem saber porquê
do jantar deles me encarreguei.
a mulher era gentil
e o menino inteligente
'' porque pessoas boas sofrem?'' me perguntei
fiquei com pena dessa gente
e em minha casa os abriguei.

Para a mulher um emprego arrumei
quanto ao filho em uma escola matriculei
mas o garoto já tinha uma arma nas mãos
isso me fez lembrar de quando era eu que estava nessa situação
as armas das suas mãos tirei
e o único livro que tinha lhe dei.

A hora da minha morte chegou
e pela primeira vez não tenho medo de encontrar o Salvador
pois um menino que estava nas ruas a sofrer
do caminho dos homens eu tirei
e ele não se tornou mais um que vive de matar e morrer.

 

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