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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Retribuição II. O Resto de Mim


P.S: Essa é a segunda parte do meu novo poema Retribuição a primeira parte é ESSA Lets go!

 Primeiro Dia

Hadiya gritou, esperneou
mas ninguém lhe escutou
e só depois de um tempo pensou: como
é que viva ainda estou?

Então se lembrou do colar
era feito de material resistente
e percebeu que foi isso que
a salvou do fim tumular.

Relembrou de tudo que aconteceu
e amargamente pensou: ninguém sobreviveu
que merda Dario! porque me deste este colar?
só pra eu ficar aqui a definhar?
aqueles que encontraram a morte
tiveram mais sorte.

Segundo Dia

Pensou em algo que seu pai lhe disse: a vida
não é vida se você não tiver ninguém
com quem dividi-la.

Com sede apenas da água da fonte tomava
com fome apenas a certeza da justiça divina a alimentava
minha família foi morta covardemente
Alá não permitirá que tal ato
passe impunemente! pensou

Após pensar isso sorriu maldosamente
e pensou: não permitirá?! ele já permitiu!
viu minha família ser executada e não deu um piu!
sentiu que estava condenada a morrer lentamente.

Terceiro Dia

Se sentia cansada
e continuou com seu devaneios
não lhe restará mais nada.

Quem sou eu? pensou
pra dizer que são injustos
os desígnios de Alá?

Muitas vezes pela morte
de uma amiga na fogueira lágrimas derramei
mas para mudar as coisas em nada me empenhei.

Eu só percebi como
o mundo em que vivemos é cruel
quando provei o mais amargo gosto do fel.

Pela situação em que estou
eu culpo a Alá, eu culpo a mim
mas quantas iguais a mim já não
tiveram mais triste fim?

Que posso eu fazer para a ira dos homens deter?
Meu pai disse que todo homem
e toda mulher  tem em seu coração
uma força maior do que Hércules tinha nas mãos.

Eu tenho tal força?
Eu não sei mas de uma coisa eu sei: se
sair daqui a vontade de Alá cumprirei
Não! já neste momento entrego meu corpo a Alá
o que ele escolher fazer com ele eu aceitarei.
Pensando nisso adormeceu.

Ao acordar ela escutou algumas
vozes próximas ao poço
e ao avistar um homem de barba grisalha disse:
pode me tirar daqui moço?

O homem sorriu e disse aos seus companheiros:
peguem a corda e a amarrem numa arvore
vamos tirar a menina desse bueiro

Hadiya segurou nas cordas com força
e ao se ver fora do poço
se sentiu profundamente aliviada
e disse: muito obrigada moços!

O homem de barba grisalha disse:
agora você viajará conosco!
Hadiya disse, surpresa: do que
está falando?

Os três homens sorriram e o barbudo disse:
de idiota não nos faça
você achou mesmo que te tiramos
do poço de graça?

Continua...




terça-feira, 27 de agosto de 2013

Retribuição I. Extermínio.


P.S:  Esse é o inicio de um novo longo poema chamado Retribuição, é bom destacar que se trata de uma obra fictícia, 90% dos fatos foram inventados e/ou aumentados para fins dramáticos e é bom dizer que embora as religiões tenham um papel crucial (e muitas vezes negativo) na minha história não é minha intenção atacar ou agredir qualquer religião ou pensamento filosófico mas se essa história deve ser levada a serio ou não cabe aos leitores dela decidir.

Em 1492 o Papa Inocêncio VII falece. Rodrigo Bórgia se torna o novo Papa e passa a perseguir os adeptos de outras religiões como nenhum outro Papa havia feito até então.

1492

 Interior da Itália - Casa de Fatin

Fatin olha para para os céus e pensa:
Por causa das ordens do novo Papa eu e
minha família temos que deixar essa adorada terra
para que nós não sejamos vítimas dessa horrenda guerra.

Eu fabrico medicações
que ajudam as pessoas a suportarem as maiores aflições
mas como sou muçulmano e não cristão Bórgia e seus
asseclas pensam que as minhas habilidades do demônio são.

Antes de partir venderei a um homem meu medicamento
mais precioso vendido esse medicamento teremos
dinheiro para cruzar o mar em direção a um lugar
em que nós não seremos mais perseguidos
um lugar que possamos chamar de lar

Abra, esposa de Fatin diz a filha Hadiya:
eu sei o quanto lhe pesa sair daqui
mas nesses tempos sombrios para
outro lugar devemos ir

Hadiya faz que sim
Olha para um colar feito com a mais pura arte
e discretamente a põe no seu decote.

Eis que a família está pronta pra partir
Fatin deixa sua esposa e filha aos cuidados de dez
criados todos com espadas na mãos
para o caso de aparecer algum cristão.

Floresta

Fatin encontra-se com o comprador
e lhe diz: seu dinheiro não poderia ter comprado nada de maior valor
e o comprador lhe diz: mas certas coisas não tem preço
como capturar um infiel  e com isso conseguir a posição que mereço.

Tira suas veste de monge, expondo sua armadura e diz:
Eu sou Adone soldado fiel ao Vaticano
Inúmeros homens saídos das matas apareceram
E sob suas espadas todos os criados de Fatin pereceram.

Perto de um poço mãe e filha são atingidas por uma lança
o corpo de Hadiya cai nas águas
Abra se prostra no chão
e em seus últimos momentos faz uma oração.

Adone se aproxima de Fatin e lhe diz:
Você é o único que deve viver
pois deve contar ao Vaticano tudo que eles querem saber
vai contar a eles como fabrica suas medicações.

Fatin cospe no chão e diz a Adone:
Isso é uma coisa que nunca terão de mim
Adone replica: nesse caso terei que manda-lo a Inquisição

Adone se dirige aos seus soldados:
vamos embora não há mais o que fazer aqui
e um soldado lhe pergunta: o que faremos com os mortos?
deixem que eles se enterrem a si próprios diz Adone.

10 minutos após Adone e seus soldados se afastarem do poço
Do fundo dela alguém submerge e grita com uma voz ensurdecedora:
alguém me tira dessa porra!


Continua...