sábado, 23 de novembro de 2013

Bertrand Russell - O cético moralista


Bertrand Russell foi um dos maiores pensadores do século XX. Que ele foi um professor e matemático brilhante todos concordam mas na área de filosofia suas ideias causaram ( e ainda causam) bastante controvérsia, muitos delas devido a má interpretação dos seus escritos, conforme pretendo mostrar nesse texto.

Bertrand Russell era ateu e durante um período de sua vida foi socialista mas merece ser lido tanto por religiosos como por direitistas. Por quê? Porque ele tinha algo que é muito raro hoje em dia: bom senso. Na década de 20 enquanto a maioria dos intelectuais de esquerda exaltavam a União Soviética, ele, mesmo sendo nessa época um socialista, criticou o fanatismo dos socialistas russos.

Odiava as religiões, em especial a cristã, mas uma coisa precisa ser dita a respeito disso: ele não odiava a filosofia cristã, muito pelo contrário, em vários escritos ele demonstrou admiração por certos preceitos cristãos. O que ele odiava era o fato do Cristianismo ter provocado receio e superstições por causa de coisas naturais como o sexo e também porque, segundo ele, os dogmas cristãos restringiam mentalmente o indivíduo uma vez que pediam que ele acreditasse cegamente em coisas absolutamente irracionais como Deus, anjos, demônios e etc.

Mais era na questão moral que o Cristianismo lhe parecia mais perigoso Bertrand Russell - assim como Freud e outros pensadores da época - acreditava que o progresso da ciência a medida que desse respostas as grandes questões da humanidade enfraqueceria  as religiões e dessa forma muitas pessoas que viam a religião como um ponto de apoio moral  se sentiriam perdidas com o enfraquecimento dela o que poderia resultar que essas pessoas podiam pensar ''se Deus não existe então, assassinatos, roubos, tudo é permitido''. E Bertrand Russell não queria - e nunca quis - que tudo fosse permitido. Uma vez que a filosofia e a ciência enfraqueceriam a religião era essencial para Russel fazer as pessoas compreenderem que era possível elas preservarem sua moralidade mesmo sem uma religião. Então Russel, ao contrário de Nietzsche, não combateu a religião cristã porque queria destruir a moral mas porque queria preservá-la.

E também ao contrário do que muitos pensam ele não defendeu a prostituição ou a promiscuidade apenas disse que um indivíduo deveria ter a liberdade de fazer o que quisesse desde que não prejudicasse outras pessoas. Ou seja ele era capaz de deixar seus desejos pessoais de lado em nome da razão, que falta faz alguém assim no mundo repleto de fanatismos em que vivemos!


Nenhum comentário:

Postar um comentário