quarta-feira, 5 de junho de 2013

Pão e circo: Por que gostamos deles?


Dizem que a expressão pão e circo surgiu em Roma alguns anos antes de Cristo, deu-se esse nome a política que consistia basicamente em entreter as massas para que elas não se revoltassem contra o governo pelo descaso na saudê, segurança e a desigualdade social. Essa situação parece familiar nê? O cineasta Michael Moore também achou isso e fez uma associação entre o governo romano de outrora com o atual governo americano no documentário Capitalismo: uma história de amor. Saíram as arenas dos gladiadores entrou a TV com seus programas sensacionalistas, reality shows, esportes, programas de perguntas e respostas idiotas e outras coisas que a indústria de entretenimento do Brasil copiou dos norte-americanos. E cá estamos nós com nossa mídia dando destaque a futebol, reality shows...enquanto temas relevantes ocupam pouco espaço. E nem mesmo a Internet escapa dessa fome por pão e circo como já disse nesse blog, o maior site de busca da Internet. o Google, dá mais visualização a blogs de entretenimento do que a blogs pessoais. A Internet dá as pessoas a oportunidade de escaparem da alienação da TV e o que elas fazem? Buscam pão e circo na Internet.

O uso político do entretenimento não mascara um fato incontestável: a realidade cansa. Na minha opinião ter uma válvula de escape e se permitir fugir da realidade de vez em quando é algo essencial pra quem quiser encarar a realidade. E é na alienação que se encontrar o maior dom dos seres humanos: a arte, que permiti nos elevarmos acima de nós mesmos. O que Machado de Assis fazia ao escrever Dom Casmurro senão escapar de sua vidinha burocrática? E Florbela Espanca? Para os padrões modernos levava uma vida monótoma e mediócre mas quanta paixão nos seus poemas! Mas a alienação se torna nociva quando nos deixamos dominar por algo tão ou mais opressor que a sociedade: o medo. O medo de viver pra ser mais exato. Mas qual a linha que separa quem simplesmente gosta de se distrair de alguém que tem medo da vida? Se nem mesmo Shakespeare ousou traça-la não sou eu que vou me arriscar.

4 comentários:

  1. Ótimo texto Steve, realmente detesto todo esse entretenimento fútil e alienante da tv; que acaba moldando a forma de pensar e ver o mundo da maioria das pessoas, às vezes não é fácil conseguir fugir dele por causa dos demais, mas espero conseguir escapar e usar o tempo livre p/ me divertir de maneira mais saudável. Seu blog está fantástico, com textos muito bons. Espero que continue tendo muito sucesso com ele. Um abraço.

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  2. Penso que onde você escreve que "é na alienação que se encontrar o maior dom dos seres humanos: a arte", mesmo que seja uma alienação não nociva, vou considerar como ociosidade. E, sim, o ócio pode ser (pode ser) alienante. Digo o ócio, porque é nele que me encontro quando faço o que realmente gosto, o que tenho prazer. E se entendemos ócio como descanso do trabalho, e entendemos trabalho como nosso labor (aquele que recebemos proventos), este sim altamente alienante, podemos concluir que o ócio, que gera a arte, combate a alienação. Não sei se consegui explicar direito como penso, mas enfim, a sua crítica à política "pão e circo" não fica devendo nada a qualquer militante anti-sistema (capitalista). Você já me ganhou nesta postagem. Está de parabéns. No decorrer terei a oportunidade de conhecer as suas outras postagens.

    Abraços meu camarada.

    Diego

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  3. Ótimo texto.
    Enquanto tiver o pão e o circo o povo fica calmo.
    O problema é que no Brasil o pão está faltando e o circo está dentro do congresso nacional.

    Seguindo e curtido no face (https://www.facebook.com/outpolemicas)

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