sábado, 30 de maio de 2015

O lado oculto da medicina


 Nota:  Esse texto não tem a intenção de ser um panfleto anti medicina, mesmo porque isso seria uma grande hipocrisia da minha parte já que também consumo medicamentos que as propagandas erroneamente enaltecem como se fossem pílulas mágicas. Digo isso porque sei que existem muitas pessoas que criticam a medicina moderna seja por princípios ou por oportunismo, meu texto não visa a agradar a nenhuma dessas partes. E se existem bons motivos para se desconfiar da medicina ''normal'' - como pretendo mostrar nesse texto - igualmente existem pra questionar os que enaltecem as medicinas alternativas. Usar os deslizes da medicina moderna pra enaltecer práticas alternativas não faz o menor sentido. Pois não há como saber se os críticos da medicina não são tão gananciosos quanto a indústria que criticam.

Texto

Em toda época os poderosos afirmam que estamos vivendo muito melhor que em outros tempos e eu não acho que se possa confiar totalmente nessa ideia pois nesse caso como diriam os políticos ''legislaram em causa própria''. O problema das indústrias farmacêuticas é que em torno dela existe uma coisa que sempre tornou doce o que é amargo: dinheiro. E os inúmeros exemplos da história nos mostram: os seres humanos para conseguirem dinheiro são capazes dos atos mais torpes. Não pretendo questionar as indústrias porque quererem dinheiro, nenhuma é criada para causar prejuízo, mas a ausência de limites para conseguir tão fim. Em nenhum outro momento da história humana consumimos tantos remédios, mas nossos organismos  possuem anticorpos para combater várias doenças - não falo de doenças mais graves é óbvio - e quando os remédios fazem excessivamente o trabalho dos nossos anticorpos eles ficam preguiçosos e podem acabar surtando, criando as chamadas doenças autoimunes, como a asma, a artrite e a esclerose, em que o organismo ataca a si próprio. Os medicamentos que tomamos pra dor de cabeça por exemplo, podem viciar e causar tantos estragos ao nossos organismo quanto cocaína. Não ignoro o fato de que os médicos não apenas receitam tais remédios mas também os consomem, estando sujeitos a sofrer os mesmos inconvenientes de qualquer outra pessoa.

Um exemplo de conflito entre ganância e ética na indústria farmacêutica aconteceu na Universidade Wade Forest quando um grupo de pesquisadores foram incumbidos por um laboratório pra saber qual o melhor medicamento: um novo (e mais caro) ou outro mais simples. Depois de 5 anos constataram que o novo medicamento era menos eficiente que o mais simples e barato. Como vocês acham que a indústria que queria o novo remédio nas prateleiras aceitaram isso? Não aceitaram, pediram outras pesquisas que chegaram a mesma conclusão que a primeira.

Mas vocês devem pensar ''os centros de pesquisa e universidades fazem testes com todos os medicamentos para proteger nosso bem-estar''. Mas quem vocês acham que financiam a maioria dessas pesquisas? Acertaram a indústria farmacêutica. Mas as boas noticias não param por aí. quando aquele remédio super legal que aparece na televisão causa efeitos indesejados, o que fazer? Comprar outro remédio super legal que aparece na televisão. Assim a indústria lucra em dobro. Mas não há motivo pra ser paranóico quanto a isso, se um remédio causa transtornos sério em várias pessoas isso gera má publicidade, o que significa perda de dinheiro. Também acontece de laboratórios e médicos entrarem em um acordo, os segundos receitam aos pacientes os remédios mais caros de certos laboratórios em troca de um aumento na conta bancária.

Os filósofos da antiguidade enxergavam a medicina com desconfiança, quando não de desprezo. Os grandes médicos dos dias de hoje concordam com esses filósofos com pelo menos um ponto: acreditar que tomar vários remédios é garantia de saúde é estupidez. Um modo saudável de viver é o que mais se aproxima de garantir uma existência sadia. Se eu fosse médico eu lhes recomendaria atividades físicas mas eu não sou, odeio exercícios físicos, odeio o clima de academia, o cheiro da vaidade excessiva de homens e mulheres buscando o ''corpo perfeito'' me é extremamente desagradável. E a meu ver a maioria dos médicos cometem um erro primário aos nos ditar o que fazer e o que não fazer: esquecendo a individualidade de quem está escutando, regras de bem-estar servem de um modo geral mas não para todos. E lamento profundamente que os médicos dos dias de hoje ao falarem de exercícios se limitem a falar de academias, caminhadas... e ignorem que a mente também precisa ser exercitada, seja através da leitura de livros, revistas ou blogs, resolvendo palavras cruzadas, jogando jogos de estratégia, assistindo filmes e séries com enredos complexos... Eu particularmente acho desagradável a ideia de alguém fazer algo apenas por obrigação. Não estou dizendo que ter disciplina não é necessário mas que um padrão de conduta excessivamente rigoroso pode causar tantos males quanto uma vida sedentária. Uma pessoa deve sentir prazer no que faz, as regras de bem-estar devem se adaptar ao gosto do indivíduo e não o contrário. Sentiu prazer ao ler esse texto? Sua mente se exercitou para isso. Acho que é por aí.



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