quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Um Estranho no Ninho - A Insanidade das pessoas normais


Um Estranho no Ninho pode ser considerado uma verdadeira aula de como fazer um bom filme, as regras de ouro estão lá: personagens marcantes, roteiro bem desenvolvido e direção segura.

O roteirista Syd Field disse que um bom filme precisa mostra a personalidade de seus personagens em poucas imagens. Um Estranho no Ninho segue a risca essa cartilha; logo nas primeiras cenas do filme somos apresentados a atividade rotineira da enfermeira Ratched e em seguida acompanhamos a chegada de Randle ao hospício e o seu riso debochado logo que as algemas são retiradas, na frente dos policiais.

Enxergamos o filme pelo ponto de vista de Randle e nos sentimos oprimidos pela manutenção rígida das regras impostas pelo hospital e que tem na enfermeira Ratched a porta-voz para as ideias enraizadas naquele local. Randle com seu jeito anárquico surge como o elemento de caos no ambiente controlado em que é posto. Com essa premissa Um Estranho no Ninho poderia se tornar um filme maniqueísta e melodramático se fosse escrito por mãos menos talentosas mas não é o que acontece: o roteiro se furta a tratar qualquer um dos personagens como vilão da história, isso fica evidente na cena em que Ratched demonstra sua vontade em ''ajudar'' Randle mesmo sabendo que sua influência nos demais pacientes pode ser prejudicial. Sendo assim não adianta procurar culpados pela tragédia que ocorre no final do filme.

Mais de 30 anos após sua produção o filme perdeu alguns pontos no quesito ousadia e originalidade que devem ter sido uma das suas características mais marcantes na época de sua estreia. Original ou não Um Estranho no Ninho é inegavelmente uma obra atemporal, todas as pessoas em qualquer época gostaria de ser amados como Randle e respeitados como Ratched e isso faz com que Um Estranho no Ninho seja sempre uma experiência impactante e poderosa.


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