Je suis Charlie? O Fascista em nós

Devido a morte dos cartunistas do Charlie Hebdo por terroristas islâmicos foi criado a hashtag #Je suis Charlie, muito bonito mas tem um problema: a probabilidade de você ser um cartunista conceituado é mínima a probabilidade de você ser um maluco que sabe usar uma arma é bem maior. Você que está lendo isso aqui sinto informar que você está mais pra terrorista do que pra cartunista mesmo que não saiba usar um estilingue. Ser cartunista, assim como ser qualquer outra coisa, requer empenho, talento e estudo ser terrorista requer ter merda na cabeça e uma arma na mão e eu, você, somos fascistas por natureza.

 Basta lembrar o enredo do filme A Onda (baseado em fatos reais) em que um professor tem a ideia de criar uma facção fascistas fictícia pra mostrar que o fascismo longe de ser um mal erradicado é algo que está enraizado no comportamento humano. E ao longo da história o ser humano tem se mostrado eficaz em matar pessoas em nome de coisas como ''fé'' ''princípios elevados'' como diz Humberto Gessinger em Toda Forma de Poder ''o fascismo é fascinante deixa a gente ignorante e fascinada'' e o filme A Origem diz ''uma vez que uma ideia se aloja na mente de uma pessoa é quase impossível erradica-la'' seja que ideia seja eu acrescentaria.

Todos somos fascistas por natureza mas como não sê-lo de fato e de direito? Simples, saia da sua zona de conforto, ponha-se no lugar do outro, tente entender o outro ao invés de só ouvir o que seu grupo prega. Ateu? Vá a um culto evangélico. Evangélico? Vá a um ritual de umbanda. Esquerdista? escute um discurso de um direitista e por ai vai. O fascismo está latente em nossas mentes mas ele só vai triunfar se permitimos que o fanatismo e os discursos de ódio falem mais alto do que a razão. Se procurarmos ser tolerantes (eu sei que é difícil as vezes) e ter a mente aberta essa coisa enorme e monstruosa chamada fascismo não terá lugar no nosso pequeno cérebro.