Tião

Ao meu pai Sebastião

 

Meu pai 

Eu sei que não sou

O filho que você sempre sonhou

Você queria alguém alegre, divertido e ousado

E eu sou tão tímido, temperamental e mimado...

Mas meu pai

Nesse mundo errante

Será que é certo

Não te ter por perto

E ficarmos sempre distantes?

Me leve na sua moto

Em direção a lugar nenhum

Desviando das pedras do caminho, um a um.

Meu pai

Esses versos que eu declamo

È apenas para escrever

Três palavras que me sempre me falta dizer

Toda vez que eu me encontro com você:

Eu te amo

O Assassino de Anastásia

 Rússia, 1918

A família Romanov é executada pelo mais temido dos assassinos, um homem frio que fora criado em uma família religiosa mas que nunca acreditara em Deus, nem mesmo na infância. Para ele quem acreditava em Jardim do Èden e Arca de Noé eram retardados. E também na infância tivera o pensamento que no mundo havia pessoas demais, um monte de gente que não fariam falta a ninguém quando morressem. Seu primeiro assassinato foi aos 18. E agora, aos 50 já tinha matado mais de 60 pessoas, desde bando de zé-ninguém a políticos importantes. O assassinato da família Romanov foi diferente, ele matara os Romanov não por dinheiro mas porque era a coisa certa a se fazer, desde adolescente era socialista. A única coisa que o abalou um pouco foi a semelhança de Anastásia com sua filha quando tinha aquela idade.

Ele tinha duas filhas maiores de idade, não as via sempre mas procurava ser um bom pai. 20 anos após a Revolução Russa esse implacável assassino se tornou um velho amargurado, cheio de arrependimentos, principalmente pela morte de Anastásia. Aos 80 se tornou um homem religioso e nessa época teve um sonho, viu uma luz enorme vindo em sua direção, achou que fosse Jesus ou Deus lhe perdoando pelos seus pecados mas ao invés disso viu uma menina, era Anastácia e ela dizia a mesma frase que dissera pouco antes de sua morte ''não mate meu papai por favor!''. E aonde ele ia essa frase aparecia na sua mente, e não o abandonou até a sua morte. ''Não mate meu papai por favor! O perdão de Deus o assassino não encontrou, pelo menos não neste mundo.

São João

 Que a luz da fogueira de São João

aqueça nossos corações.

Que nos tornemos mais humanos,

mais tolerantes, mais gente

Independente de nossas razões.

Que a chuva que cai nesses tempos modorrentos

Apague a luz das fogueiras

mas não a luz que sentimos por dentro.

Que neste São João sejamos gratos por nossa sorte

Que comamos o que puder

Pois sabemos que há pessoas

que não comerão uma pipoca sequer.

E a natureza eu peço um favor:

Que a chuva caia no sedente sertão

Mas tendes piedade de quem mora em barracão

Pois ver destruído o local em que se viveu é muita dor.